Independência dos EUA
A Independência dos Estados Unidos destrói
a unidade do sistema colonial, colaborando decisivamente para a
derrocada do Antigo Regime. As 13 colônias, estabelecidas a partir do
século XVII no território norte-americano, contam, nas últimas décadas
do século XVIII, com mais de 2 milhões de colonizadores. No centro –
Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e Delaware – e no norte –
Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut – europeus
exilados por motivos políticos ou religiosos vivem em pequenas e médias
propriedades.
Embora a Inglaterra proíba o estabelecimento de
manufaturas nas colônias, a incipiente indústria do centro-norte não é
incomodada pelas autoridades, pois não compete com o comércio da
metrópole.
No sul – Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do
Sul e Geórgia – predomina a grande propriedade rural, ocupada pela
monocultura dirigida à exportação e tocada pela mão-de-obra escrava, com
pouco espaço para o trabalho livre. Os nortistas, no entanto,
atravessam as fronteiras e concorrem com o comércio metropolitano,
levando a Inglaterra a endurecer a política com as colônias.
Influência da Guerra dos Sete Anos
Travada de 1756 a 1763 entre a Inglaterra e a França e
vencida pelos ingleses, transfere para a Coroa britânica a maioria das
possessões francesas, incluindo as terras situadas na América, a oeste
das 13 colônias. Como os colonos norte-americanos não haviam contribuído
para o esforço militar inglês, o Parlamento decide cobrar deles os
custos da guerra, aumentando as taxas e reforçando os direitos da Coroa
no continente.
Novos impostos ingleses
São cobrados para cobrir as despesas com uma força
militar de 10 mil homens deslocada para a América pelos ingleses. O
Parlamento aprova, em 1764, a Lei do Açúcar (Sugar Act) e, em 1765, a
Lei do Selo (Stamp Act).
Lei do Açúcar
Proíbe a importação de rum estrangeiro e taxa a
importação de carregamentos de açúcar procedentes de qualquer lugar que
não das Antilhas britânicas.
Lei do Selo
Institui a cobrança de impostos sobre documentos,
impondo selagem até a baralhos e dados. As leis do Açúcar e do Selo são
revogadas por pressões dos colonos e dos comerciantes ingleses,
boicotados pelos norte-americanos.
Lei dos Alojamentos
É aprovada em 1765 e exige dos colonos norte-americanos o
pagamento pelos alojamentos e alimentação das tropas inglesas.
Lei do Chá (Tea Act)
É o estopim da crise entre a colônia e a metrópole, pois
dá o monopólio do comércio do chá à Companhia das Índias Orientais,
depositária dos interesses de diversos políticos ingleses. Com a nova
legislação, a Companhia transporta o chá diretamente das Índias para a
América, prejudicando os intermediários residentes na colônia.
Festa do chá em Boston
Nome pelo qual é conhecida a destruição, em 1773, de
três centenas de caixas de chá retiradas dos navios ingleses, no porto
de Boston, por comerciantes disfarçados de índios.
Leis Intoleráveis
O nome designa as leis promulgadas pelo Parlamento,
em 1774, em represália à revolta da Festa do chá, com o objetivo de
conter o clima de insubordinação.
O porto de Boston é interditado até o pagamento dos
prejuízos e são tomadas outras medidas severas, como o julgamento e a
punição de todos os colonos envolvidos em distúrbios contra a Coroa. As
Leis Intoleráveis provocam a convocação do Primeiro Congresso
Continental de Filadélfia (1774), não-separatista, cujos participantes
pedem ao rei e ao Parlamento a revogação da legislação autoritária como
forma de concretizar a igualdade de direitos dos colonos.
Batalha de Lexington
Acontece em 1775, quando um destacamento inglês tenta
destruir um depósito de armas controlado pelos rebeldes e encontra feroz
resistência por parte de tropas coloniais semi-improvisadas. É
considerado o marco inicial da guerra pela independência. Os colonos se
organizam militarmente e são declarados rebeldes pelo trono inglês. A
revolta contra a Inglaterra se instala de forma declarada.
Guerra da Independência
Começa em 1775, com a tomada de Boston pelos
norte-americanos, e se estende até 1781, com a derrota da Coroa. Em
1776, a Virgínia declara-se independente. O Segundo Congresso da
Filadélfia, reunido desde 1775, nomeia George Washington, da Virgínia,
comandante das tropas norte-americanas e conclama os cidadãos às armas.
Declaração de Independência
É redigida por uma comissão de cinco membros liderados por
Thomas Jefferson. O documento, com mudanças introduzidas por Benjamin
Franklin e Samuel Adams, é promulgado em 4 de julho de 1776, na
Filadélfia, por delegados de todos os territórios. A Declaração de
Independência dos Estados Unidos é inspirada nos ideais do Iluminismo e
defende a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do
ser humano.
George Washington (1732-1799), filho de um grande
proprietário de terras da Virgínia, torna-se agrimensor. É encarregado
de levar um ultimato aos franceses que haviam invadido terras do Ohio.
Não é atendido e recebe o posto de tenente-coronel, participando da luta
contra os franceses, derrotados em 1758. Eleito para o Parlamento da
Virgínia (1759-1774), ataca a política colonial inglesa. Com o início da
guerra da Independência, em 1775, é nomeado comandante-em-chefe, cargo
que ocupa até a vitória final dos norte-americanos. É convocado para
presidir a convenção federal da Filadélfia, quando coloca a Constituição
de 1787 em votação. Em 1789 é eleito, por unanimidade, o primeiro
presidente dos Estados Unidos. No final de 1792, é reeleito por
unanimidade e, terminado o mandato, recusa-se a concorrer novamente,
estabelecendo uma norma eleitoral nos Estados Unidos.
Ajuda francesa
A participação de tropas francesas é decisiva na
consolidação das lutas pela independência dos EUA. A intervenção
acontece graças à afinidade com os norte-americanos em relação aos
ideais libertários do Iluminismo. É também um revide à derrota sofrida
na Guerra dos Sete Anos.
Os
franceses fornecem o capital necessário para sustentar o movimento e
aliciam os espanhóis contra os ingleses. A participação da Marinha
francesa é fundamental na ampliação da guerra, levada ao Caribe e às
Índias. Finalmente, em 1781, o Exército inglês se rende em Yorktown,
depois de sitiado pelas tropas rebeldes.
Tratado de Versalhes
Reunido em 1783, reconhece a independência dos Estados
Unidos da América. Os aliados dos norte-americanos são recompensados: a
França recupera Santa Lúcia e Tobago, nas Antilhas, e suas possessões no
Senegal; a Espanha ganha a ilha de Minorca e a região da Flórida.
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